31 de março ou 1º de abril. Próximo à marca dos 60 anos, a data do golpe militar no Brasil segue provocando controvérsias entre os que celebram a "revolução" e quem diz que a ditadura brasileira começou no "Dia da Mentira".
Militares e conservadores, apoiadores do golpe, tentam emplacar o 31 de março na tentativa de afastar a data do Dia da Mentira, comemorado no Brasil em 1º de abril. A mentira de que uma "revolução" salvaria o país do comunismo nos rendeu 21 anos de ditadura, com mortos, desaparecidos e milhares de torturados.
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Para historiadores, no entanto, a data está clara: o golpe só se confirmou em 1º de abril. Apesar das tropas mineiras, comandadas pelo general Olímpio Mourão Filho, marcharem na madrugada do dia 31 de março com destino ao Palácio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, para depor o presidente João Goulart, sua queda só foi sacramentada no dia seguinte.
Segundo Elio Gaspari, autor de cinco livros sobre a história da ditadura militar, até 12h do dia 1º, Jango permanecia sem ser incomodado no Palácio das Laranjeiras, de onde fazia os despachos presidenciais.
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"Ao amanhecer do dia 1º de abril, Kruel (general que comandava o II Exército, em São Paulo) persistia na posição de emparedar Jango sem depô-lo", escreveu Gaspari em "A ditadura envergonhada".
O presidente embarcou para Brasília durante a tarde, antes de as tropas chegarem. Ainda no dia 1º, ele deixa a capital federal, mas com destino a Porto Alegre. Esse é considerado o marco de sua queda.
"Preocupados com o fato de que golpearam no 1º de abril, oficiais mentiram sobre a data da virada de mesa no Forte de Copacabana, datando 31 num relatório", escreveu o jornalista Mário Magalhães, autor da biografia "Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo".