Seja bem vindo ao nosso site TV Gru Web - tvgruweb.com.br.

TV Gru Web
BRASIL

Autismo: Reconheça sinais para um diagnóstico precoce

Publicada em 02/04/24 às 10:05h - 161 visualizações

por : SBT - NEWS


Compartilhe
   

Link da Notícia:

 (Foto: REPRODUÇÃO: TV GRU WEB)
Dia Mundial de Conscientização é nesta terça-feira; SBT News conversou com especialistas e pessoas com TEA.

Dia Mundial de Conscientização sobre o autismo é comemorado nesta terça-feira (2). A data foi criada em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de promover conhecimento sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), as necessidades deste público e os direitos das pessoas com TEA. De acordo com o Ministério da Saúde, foram mais de 30 mil atendimentos realizados em todo o Brasil, a este público, em 2023.

+ Pesquisa inédita faz um retrato do autismo no Brasil

Pesquisa da Genial Care e Tismoo.me, instituição especializada em cuidados a famílias e a crianças autistas, mostra que 79% dos cuidadores de pessoas com TEA apontam ter insegurança em relação ao futuro da criança.

Brasil ainda não possui dados estatísticos de quantos brasileiros possuem TEA, nem em qual região ou estado estão localizados. O Ministério da Saúde destaca que, a partir da publicação do próximo Censo Demográfico, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é esperado haver um panorama oficial da quantidade de pessoas com autismo no país.

SBT News conversou com especialistas, Ministério da Saúde e com pessoas da comunidade autista sobre os desafios e ações de melhoria que podem ser feitas ao público.

"Há quem seja autista e fale, há quem seja autista e nunca venha a falar. Há quem seja autista e tenha deficiência intelectual. Todas as diferenças devem ser respeitadas e conscientizadas para não se criar um estereótipo", disse a empresária, Sarita Melo, diagnosticas com TEA, ao falar sobre a importância do dia Mundial de Conscientização sobre o autismo.

O que é autismo?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), O TEA é um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento do indivíduo, interferindo na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento.

Sinais mais comuns do TEA

  • Apresentar atraso anormal na fala;
  • Não responder quando for chamado e demonstrar desinteresse com as pessoas e objetos ao redor;
  • Ter dificuldades em participar de atividades e brincadeiras em grupo, preferindo sempre fazer tarefas sozinho;
  • Não conseguir interpretar gestos e expressões faciais;
  • Ter dificuldade para combinar palavras em frases ou repetir a mesma frase ou palavra com frequência;
  • Apresentar falta de filtro social (sinceridade excessiva);
  • Sentir incômodo diante de ambientes e situações sociais;
  • Ter seletividade em relação a cheiro, sabor e textura de alimentos;
  • Ter problemas gastrointestinais ocasionados por quadros de ansiedade.

OBSERVAÇÃO: Há três níveis do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A classificação é dividida em: nível 1 - leve; nível 2 - moderado; e nível 3 - severo. Para entender qual a classificação, é necessário diagnóstico e acompanhamento de um profissional da área.

Como identificar autismo em crianças?

Julia Amed, orientadora clínica na Genial Care, rede especializada no cuidado e desenvolvimento de crianças com autismo e suas famílias, explica que quando há atrasos na fala, baixo contato visual e dificuldades no convívio social é importante buscar diagnóstico.

"Os sinais de autismo podem ser identificados a partir dos 6 meses de idade. Há alguns pontos de atenção para os cuidadores. Sendo eles: atraso de fala, baixo contato visual, pouca busca social (pela mãe, pai) e presença de comportamentos restritos e repetitivos. Caso os cuidadores comecem a desconfiar destes sinais, é necessário uma avaliação médica para haver o diagnostico", explica Amed.

Pessoas adultas que suspeitam possuir o TEA, o que fazer?

Julia Med destaca que, nesses casos, é importante que essas pessoas procurem um médico. Profissionais de psiquiatria ou neurologistas são os indicados para fazer a avaliação do paciente e dar o diagnóstico correto.

Dúvidas frequentes: Há tratamento para o autismo?

autismo não é uma doença, é um transtorno do neurodesenvolvimento, portanto não há cura. A ciência indica que a intervenção precoce é a melhor forma de conseguir desenvolvimento significativos no comportamento da pessoa com TEA. Só é indicado haver intervenção interdisciplinar quando há evidências do nível do espectro e quadro geral do cotidiano do paciente.

Cuidadores de pessoas autistas precisam de cuidados?

Existe um alto nível de estresse relatado por cuidadores de pessoas com TEA. Esgotamento psicológico e físico são alguns dos pontos que foram citados pela comunidade.

O estudo conduzido pela Genial Care e Tismoo.me em 2023 mostra que 79% dos cuidadores apontam ter insegurança em relação ao futuro da criança.

A intervenção individualizada para a criança é importante. Ter uma rede de suporte para os cuidadores, é primordial.

"Um dos cuidados que uma mãe ou cuidador da pessoa com TEA pode buscar são: consulta de psicoterapia e também dividir as tarefas relacionadas à criança com outras pessoas que façam parte dessa rede", explica a especialista da Genial Care.

Procurar atendimento na rede pública também é uma opção.

Recomendações para lidar com a pessoa autista:

Ter em casa uma pessoa com TEA, principalmente na classificação consideradas severa, pode representar um fator de desequilíbrio para toda a família. Por esse motivo, o Ministério da Saúde recomenda que:

  • Todos os envolvidos procurem atendimento e orientação especializada;
  • É fundamental descobrir um meio ou técnica, não importam quais, que possibilitem estabelecer algum tipo de comunicação com o autista;
  • Autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que sejam; por isso é importante manter o seu mundo organizado e dentro da rotina;
  • Apesar de a tendência atual ser a inclusão de alunos com deficiência em escolas regulares, as limitações que o transtorno provoca devem ser respeitadas. Há casos em que o melhor é procurar uma instituição que ofereça atendimento mais individualizado.

Atendimentos de saúde na rede pública

Segundo o Ministério da Saúde, foram 30.970 atendimentos a pessoas com autismo, em 2023. Os principais foram:

  • 12.157 atendimentos psicológicos;
  • 10.566 atendimentos de fonoaudiologia;
  • 8.247 atendimentos de terapia ocupacional.

Sistema único de Saúde (SUS)

No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e, especificamente, da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD), atualmente existem:

  • 305 Centros Especializados em Reabilitação (CER) habilitados,
  • 235 Serviços de modalidade única de reabilitação
  • 51 Oficinas Ortopédicas nas 27 unidades da federação.

Destes, 266 serviços habilitados na RCPD ofertam a modalidade intelectual e é neste componente que as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) são atendidas.

OBSERVAÇÃO: Se você deseja receber atendimento em algum desses postos de saúde, consulte a unidade e localidade disponível em seu município para atendimento.

Desafios da comunidade autista

FOTO: Arquivo pessoal da família | Pedro, 8 anos - Diagnosticado com TEA aos 2 anos de idade
FOTO: Arquivo pessoal da família | Pedro, 8 anos - Diagnosticado com TEA aos 2 anos de idade

Mãe de autista destaca dificuldades

Ingrid Monte, de 43 anos, é mãe atípica do pequeno Pedro, de 8 anos. Ela conta que teve dificuldades para conseguir o diagnóstico e tratamento adequado ao filho. Lidar com as comorbidades associadas ao TEA e ao Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) também são quadros frequentes que Pedro apresenta. Ele foi diagnosticado com TEA aos 2 anos de idade.

"Tive dificuldades para ter o diagnóstico precoce do Pedro. Quando finalmente consegui o outro desafio foi conseguir dinheiro para pagar as terapias que chegavam de R$ 80 a R$ 350 por hora. Dependendo do caso, a criança precisa de 20 a 30 horas semanais e o tratamento inclui uma equipe multidisciplinar, com neuropsicóloga, terapia ocupacional, fonoaudióloga. Alguns casos, é mais complicado ainda, quando é necessário intervenção por meio de equoterapia, musicoterapia, entre outras", explica Ingrid.
FOTO: Arquivo pessoal da família | Ingrid Monte e seu filho Pedro
FOTO: Arquivo pessoal da família | Ingrid Monte e seu filho Pedro

Ela também disse que as leis que garantem os direitos do autista no Brasil nem sempre funcionam. O aluno com TEA, por exemplo, tem direito a um acompanhante terapêutico na escola para ajudá-lo nas atividades do dia a dia e socialização. Porém, muitas vezes, a rede pública escolar não disponibiliza um profissional adequado para realizar esse apoio.

Lei Romeo Mion: Sancionada em 2020, a Lei Nº 13.977 – conhecida como Lei Romeo Mion – estabelece a emissão de uma Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Seu nome foi inspirado no adolescente Romeo, de 16 anos, que é filho do apresentador de televisão Marcos Mion e está no espectro.

Autismo na fase adulta

Sarita Melo tem 30 anos, é empresária, foi diagnostica com TEA e também é mãe atípica. Ela faz tratamento voltado à análise do comportamento e foi diagnosticada com o espectro, pelo médico da filha, aos 28 anos.

FOTO: Arquivo pessoal | Sarita Melo - Diagnosticada com TEA aos 28 anos
FOTO: Arquivo pessoal | Sarita Melo - Diagnosticada com TEA aos 28 anos

Ela destaca que mesmo com as políticas públicas vigentes, ainda faltam pilares de atendimento importantes na saúde e educação.

" A falta de diagnóstico precoce inviabiliza uma vida cheia de autonomia e independência. Os adultos crescem sem diagnóstico e levam uma vida sem entender suas dificuldades. Adultos autistas tem altas taxas de suicídio, justamente por não ter feito um tratamento adequado. Nunca é tarde para iniciar uma intervenção", destaca a empresária.

A empresária chegou a tomar medicações para combater depressão e ansiedade. Ela era hiperfocada e chegou a trabalhar 20 horas sem comer.

"Me frustrava com algo e aquilo me abatia, tinha seletividade alimentar, pouco tempo de espera, hiperatividade e hipersocialização, mas nunca pensei que pudesse estar relacionado ao TEA", destaca Sarita.

Comunidade pede mais ações de conscientização sobre o transtorno

Para a comunidade, é necessário haver mais ações de conscientização sobre o assunto em todas as esferas públicas, incluindo na rede de ensino escolar.

"O ideal seria que todas as escolas trabalhassem na conscientização a respeito do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Falar sobre pautas que promovam mais respeito e dignidade a comunidade, melhorariam a situação atual. Muita gente não entende sobre o espectro. Acredito que além de ações públicas para conscientizar a sociedade, a direção das escolas, professores e demais profissionais da área da educação, precisam de treinamento para saber lidar com as crianças, jovens e adultos do espectro," pontua Ingrid, mãe atípica.

Sarita ressaltou que não só está dentro do espectro como também tem pessoas em sua família com autismo. A empresária destaca que quanto mais políticas públicas para a comunidade, mais inclusão haverá.




ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.

Deixe seu comentário!

Nome
Email
Comentário
0 / 500 caracteres


Insira os caracteres no campo abaixo:








Site TV Gru Web
Visitas: 165268   Usuários Online: 20
Nosso Whatsapp (11)97162-2211
Copyright (c) 2024 - TV Gru Web - CHAVE PIX: 074.962.038-23/ Obrigado pelo apoio.

Seja bem vindo ao nosso site TV Gru Web - tvgruweb.com.br!

Converse conosco pelo Whatsapp!