O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), órgão independente do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), entregou à Organização das Nações Unidas (ONU), um alerta quanto ao aumento de movimentos ultradireitistas no Brasil. Nota técnica diz existir um crescimento de 270% de células neonazistas de 2019 a 2021.
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O CNDH registra que, segundo estudo da antropóloga Adriana Dias, "no início de 2022, haviam mais de 530 núcleos extremistas no país, reunindo até 10 mil pessoas."
Ainda, que há três anos (2021), o país acrescentava 14 mil denúncias anônimas relacionadas ao tema e que, de janeiro de 2019 a novembro de 2020, 159 inquéritos foram abertos para investigação da Polícia Federal.
"O intervalo de tempo é chocante quando comparado ao número de inquéritos abertos entre os anos de 2003 e 2018, que totalizaram 143 investigações", pondera o relatório.
Estes informes têm como objetivo incluir o país em um relatório da ONU sobre questões modernas do racismo, demonstrando em especial o caso de Blumenau, na Região Metropolitana do Vale do Itajaí.
A cidade catarinense, com cerca de 365 mil habitantes, possui 63 organizações mapeadas. A título de comparação, o mesmo levantamento aponta que a capital paulista, com mais de 12 milhões de moradores, identifica 96 células neonazistas.
Ainda, na quarta-feira (10), o CNDH realiza um painel na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que debate o relatório especial acerca de células neonazistas. O evento acontece após repercussões de que o estado é “líder” nesse número de manifestações.