O Censo Demográfico 2022 encontrou 170 favelas e comunidades urbanas em Guarulhos, onde viviam 215.969 pessoas, o que equivale a 16,71% da população da cidade. O município possui o dobro de moradores em favelas do que a média nacional, que é de 8,1%.
De acordo com o IBGE, as três maiores favelas de Guarulhos são Vital Brasil (3.152 residências), Novo Recreio (3.053 residências) e Anita Garibaldi/Portelinha (2.984 residências). Em todo o Brasil, são 12.348 favelas e comunidades urbanas, com 16.390.815 pessoas.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na Areninha Cultural Herbert Vianna, na comunidade da Maré, no Rio de Janeiro. Os dados também estão disponíveis no Sidra, na Plataforma Geográfica Interativa e no Panorama do Censo.
O IBGE pesquisa as Favelas e Comunidades Urbanas desde 1950 e vem aprimorando a abordagem deste tema nos censos demográficos. De acordo com o órgão, há uma dificuldade inerente para dimensionar esses territórios que são muito dinâmicos e, em grade parte, não têm limites oficialmente estabelecidos ou domicílios cadastrados.
Em 2010, pela primeira vez, foi divulgada a população de cada uma das favelas e comunidades urbanas encontradas pelos recenseadores do IBGE. Em 2022, o IBGE contou com dados georreferenciados da Aneel para auxiliar a coleta e usufruiu de recursos digitais melhores que os da década anterior, incluindo as imagens de satélite.
Cayo Franco, coordenador de Geografia do IBGE, defendeu o trabalho realizado.
“Nos anos que antecederam o Censo 2022 foi sendo ampliado o diálogo com organizações e entidades representativas das favelas e comunidades, que não só participaram da operação censitária, como atuaram na redefinição da terminologia utilizada pelo IBGE, que substituiu a designação “Aglomerados Subnormais” para “Favelas e Comunidades Urbanas”, explicou.
Na fase final de apuração do Censo 2022, o IBGE realizou a campanha “Favela no Mapa” em parceria com o Instituto Data Favela e a Cufa (Central Única das Favelas), com o objetivo de garantir a cobertura completa do Censo demográfico nas favelas e comunidades urbanas. A campanha nacional foi importante para que aqueles domicílios e moradores ainda não recenseados nestes territórios tivessem a oportunidade de fazer parte do retrato da realidade nacional.