Júri defendeu negligência de Jennifer Crumbley com a saúde mental do adolescente.
Um júri do estado de Michigan, nos Estados Unidos, condenou Jennifer Crumbley, mãe do atirador que matou quatro adolescentes no colégio Oxford High, em 2021, por homicídio culposo. No veredito, anunciado na noite dessa terça-feira (6), o júri defendeu que a negligência de Jennifer com a saúde mental do filho resultou no crime.
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O caso ocorreu em novembro de 2021. Na época, Ethan Crumbley, de 15 anos, entrou no colégio com uma pistola semiautomática e saiu atirando em outros alunos que passavam pelo corredor, atingindo 10 pessoas. A arma usada no ataque havia sido dada ao jovem pelos pais quatro dias antes, como um presente adiantado de Natal.
Horas antes do ataque, os pais de Ethan foram chamados na escola depois que uma professora encontrou um desenho com imagens de violência na carteira do aluno. Na conversa, a educadora mostrou o desenho e pediu para que o casal levasse o jovem imediatamente para casa e procurasse ajuda especializada para o adolescente.
O pedido, no entanto, foi ignorado pelos pais de Ethan, que, logo após voltar à sala de aula, foi ao banheiro com a mochila e sacou a arma. Como foi alertada sobre a saúde mental do filho, a mãe foi acusada de negligência, assim como o pai, James Crumbley, que será julgado em março. Ele permanece preso, sem poder pagar fiança de US$ 500 mil.
"Você viu seu filho atirar no último treino antes do tiroteio [na escola], em 30 de novembro. Você viu como ele estava. Ele sabia como usar a arma", disse a promotoria ao interrogar a Jennifer. "Ele literalmente desenhou uma imagem do que ia fazer”, completou.
A decisão do júri marca a primeira vez que os responsáveis por um adolescente que matou colegas é condenado por homicídio em conexão com o crime. Jennifer deve cumprir 15 anos de prisão, conforme pena máxima para o crime de homicídio culposo em Michigan. Ethan, por sua vez, cumpre pena de prisão perpétua pelo ataque.