Daniel Alves vai recorrer da decisão da Justiça espanhola que o condenou a 4 anos e 6 meses de prisão por estupro. A declaração foi dada pela advogada do ex-jogador da Seleção Brasileira, Inés Guardiola, nesta quinta-feira (22), dia em que a sentença foi proferida.
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"Neste momento só posso dizer que vamos recorrer da sentença. Continuo acreditando na inocência do Sr. Alves. Tenho que estudar a sentença, mas posso adiantar que vamos recorrer. Alves está inteiro. Como vocês entenderão, quatro anos e seis meses é melhor que os nove e 12 que a acusação pedia, mas acredito na inocência do Alves e vamos recorrer. Defenderemos sua inocência até o fim", disse a advogada.
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O Ministério Público de Barcelona, que havia pedido 9 anos de detenção, afirmou que estudará a decisão e que considera a possibilidade de também recorrer. Isso porque a pena imposta ao ex-lateral está muito próxima de ser a mais baixa para uma condenação por violação na Espanha.
Alves foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão por agressão sexual a uma mulher na boate Sutton, em Barcelona, em 2022.
Segundo o tribunal, foi aplicada ao jogador uma atenuante da reparação do dano, considerando que "antes do julgamento a defesa pagou na conta do tribunal a quantia de 150 mil euros para que pudesse ser entregue à vítima independentemente do resultado do julgamento, o que expressa vontade de reparação".
Também foi imposto a Daniel Alves um período de cinco anos em liberdade vigiada, que deverá ser cumprido depois da pena na prisão. O jogador ainda deve pagar uma indenização de 150 mil euros por danos morais e físicos e arcar com as custas do processo.
Daniel Alves foi preso preventivamente em Barcelona no dia 20 de janeiro de 2023, acusado de ter estuprado uma jovem de 23 anos na boate de luxo Sutton.
Na denúncia, a vítima afirmou que, na noite dos fatos, estava na área VIP da casa noturna com amigas e que o jogador a conduziu a um segundo local, alegando ser outra área VIP. No entanto, ela foi trancada em um banheiro, onde foi agredida e abusada pelo atleta.
Desde o ocorrido, Daniel Alves apresentou cinco versões distintas sobre o incidente, sendo de forma oficial a Justiça ou não, negando o crime em todas elas:
Inicialmente, o jogador declarou publicamente não conhecer a vítima. Ele chegou a dar uma entrevista à uma emissora de televisão afirmando que nunca desrespeitaria o espaço de uma mulher e chegou a publicar um vídeo em suas redes sociais afirmando não conhecer a moça.
Em janeiro de 2023, Daniel mudou a versão, onde portais da Espanha noticiaram que o brasileiro admitiu à Justiça ter encontrado a mulher no banheiro, mas alegando que não havia feito nada, apenas ter ficado sem reação.
A terceira versão, apresentada pela defesa em fevereiro do mesmo ano, afirmava que houve relação sexual oral, alegadamente consensual.
Essa declaração foi feita quando a defesa entrou com recurso pela liberdade do jogador. Em informações do jornal El País, da Espanha, a mulher teria ido em direção a ele “se jogando”, e ele não teria feito nada.
Em abril do mesmo ano, em novo depoimento oficial, Daniel Alves confirmou a relação sexual com penetração, mantendo a alegação de consentimento.
A última versão, apresentada pela advogada durante o julgamento, alega que o jogador estava embriagado e sem plena consciência do que fazia. Essa versão deve ser usada por Daniel Alves como última versão no julgamento.