As articulações da direita internacional em torno de figuras como o ex-presidente Jair Bolsonaro e o atual candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump estão mais associadas às imagens e menos aos possíveis efeitos práticos nas relações entre os países. Em entrevista ao Poder Expresso, o analista político Arick Wierson afirmou que ainda é cedo para confirmar um favorito nas eleições norte-americanas e que os efeitos de uma possível reeleição de Trump poderia ser ruins para o Brasil.
“Enquanto o Brasil é beneficiário de uma política externa mais aberta, o Trump é muito nacionalista. Tem o lema “EUA Primeiro”. Em termos de livre comércio, de acordos bilaterais, a nível de geopolítica e estratégia internacional, uma presidência do Trump não seria boa para o Brasil. Sempre houve um certo namoro entre o Bolsonaro, seus filhos e o Trump. De modo geral, para o Bolsonaro seria muito bom ter o Trump de volta ao poder. Mas para o movimento bolsonarista não sei”, afirmou Wierson.
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Para o analista político, a prioridade da direita brasileira deveria ser a formação de um novo líder que ocupe o espaço deixado por Bolsonaro. “A grande diferença é que Bolsonaro está mais ou menos fora do jogo e Trump está exatamente no meio da disputa. No caso do Brasil, a questão é saber quem vai ocupar o lugar do Bolsonaro visto que ele está impedido de se candidatar. Obviamente tem políticos que podem ocupar esse espaço como Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, o Romeu Zema, de Minas Gerais ou o Ronaldo Caiado de Goiás, mas também acredito em outro nome que pode ganhar muita força nos próximos anos é o do Ratinho Júnior, governador do Paraná. Essa gestão que ele está fazendo no Paraná, esse crescimento do Estado, bem acima do nacional, é um destaque. Ele é uma figura da direita presidencial muito forte”, avaliou o analista político Arick Wierson.