Uma mulher foi detida em flagrante ao tentar fraudar um concurso para a Polícia Civil de São Paulo. Ela entrou no local de prova com uma microcâmera e equipamento de escuta, mas foi descoberta pelos fiscais da prova, em uma universidade particular da capital paulista.
Filha de um policial do Departamento de Investigações Criminais (Deic) do estado de São Paulo, Nadine Novello Conde Carlos, de 31 anos, prestava concurso para a carreira de investigadora.
Segundo relato no boletim de ocorrência, logo no início da prova, a fiscal de sala notou a jovem inquieta, olhando para os lados e arrumando a todo momento o casaco e a camisa que vestia.
Ao ser questionada sobre o comportamento suspeito, Nadine pediu para ir ao banheiro, onde outra fiscal, usando um detector de metais, identificou a fraude.
Depois de relutar, a candidata tirou o casaco, onde estava este transmissor com bateria, ligado a essa microcâmera, com a lente encaixada numa peça de roupa. Ela ainda escondia um receptor sob a calça e um ponto eletrônico no sutiã.
Em depoimento na delegacia, Nadine Novello se recusou a dizer quanto e para quem teria pago para ser beneficiada pela fraude. Ela também não disse quantas pessoas participavam do esquema. Em busca dessas informações, a polícia requisitou as imagens das câmeras de vigilância do prédio onde a prova foi realizada, para tentar descobrir se a candidata chegou acompanhada.
A mulher foi indiciada por fraude em concurso público e associação criminosa. Após o depoimento, passou a noite na carceragem.
Na tarde desta 2ª feira (27.nov), ela participou da audiência de custódia no Fórum Criminal e foi liberada para responder o inquérito em liberdade.
Para o advogado dela, não houve crime algum. "Esse crime não prevê a forma tentada. A Nadine não respondeu uma questão sequer. Ela se arrependeu, inclusive. Na associação criminosa precisa de três pessoas. E essa terceira pessoa não existe, quer dizer, eles nem apuraram a segunda pessoa".