A polícia de São Paulo descobriu que bandidos faziam plantão na porta de motéis, na capital, para fotografar os carros que saíam dos locais. Os criminosos levantavam os dados dos proprietários dos veículos e, então, tentavam extorquir dinheiro. Dois homens já estão presos.
Eduardo Henrique Costa e Edimarques dos Santos Souza, ambos de 28 anos, foram presos num ponto de ônibus, em frente a um motel na zona oeste, fotografando os carros que saíam, na tarde da última 5ª feira (30.nov). Nos celulares deles, foram encontradas as provas de um esquema de extorsão.
A partir das placas dos carros, os criminosos faziam um levantamento completo da vida das pessoas: se eram casadas, qual a profissão e até por onde andavam. O passo seguinte era mandar mensagens pelo celular exigindo dinheiro pra não divulgar as fotos tiradas na saída do motel.
O bandido finge ser um detetive particular e diz que foi contratado para "monitorar suas atividades na ausência de sua esposa" e faz a proposta para não passar a informação para a companheira da vítima.
Em um dos casos, o golpista pedia R$ 6 mil e chegava a dizer que "mesmo falando em exposição, não concordava com tamanha maldade". A vítima se irritou, xingou o chantagista e procurou a polícia. Até o momento, já foram encontradas quatro vítimas.
"A gente acredita que passa de duas dezenas de vítimas só dessa dupla. Nos telefones que foram apreendidos ali, a gente vai identificar vítimas que efetuaram esses pagamentos para eles", afirma o delegado Rogério Barbosa Tomáz.
Mulheres também foram vítimas do golpe. Em depoimento à polícia, uma delas contou que o criminoso exigiu dinheiro para não mandar a foto do carro saindo do motel para o marido dela. Os bandidos usavam seis números diferentes de telefone.
Segundo a polícia, os golpistas agiam também em motéis no bairro de Pinheiros, na zona oeste. Eduardo e Edimarques tiveram a prisão preventiva decretada.
O golpe não é exclusividade da cidade de São Paulo. O mesmo crime foi descoberto em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Um homem foi preso. O grupo exigia R% 5 mil das vítimas. A diferença é que a denúncia foi feita pelo próprio motel, que desconfiou de uma movimentação estranha sempre que um carro saía